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Passei a semana toda ansiosa com a chegada desta noite, afinal tinhas-me convidado para sair, pela primeira vez. Estava uma pilha de nervos e não sabia o que era adequado para este momento ou como me comportar quando chegasses. Não sabia se era verdadeiramente um encontro ou simplesmente uma saída de colegas de turma. Mas, de qualquer maneira, optei por um vestido preto e uns sapatos de salto alto mas não me sentia totalmente confortável, pois não sabia se ias gostar.
Encaminhei-me para a casa de banho. Olhei-me ao espelho e sentia-me muito bonita e poderosa mas ainda tinha algumas dúvida. Na escola usava maquilhagem clean e a minha roupa era muito simples e casual, mas aquela rapariga reflectida no espelho era outra eu, que tu nunca tinhas tido oportunidade de ter conhecido.
Hoje, deixarei o meu orgulho em casa e tentarei cumprir a promessa de me divertir e te dar uma oportunidade sem qualquer mas ou desculpa esfarrapada. Sempre foste o típico rapaz que eu nunca daria nem sequer uma oportunidade. Na realidade, desde o dia que te conheci que achei que não passavas de um menino riquinho, mimado e, talvez armado em engatatão e que tinha tudo que quer. Ouvi a campainha a tocar. Olhei mais uma vez para o espelho. Respirei fundo.
Quando descia as escadas exteriores vi-te ao fundo delas, perfeito como sempre. Usavas a camisola que eu ajudei a tua irmã a escolher no último natal. Os teus olhos tinham tanto de lindo que tinham o dom de me fazer esquecer de respirar e de perder a noção de onde estava ou de como me chamava. Então, o teu sorriso...
A primeira coisa que ouvi quando cheguei à tua beira era que eu estava linda e maravilhosa. Retribuí o elogio, ainda nas nuvens e totalmente corada. Não sabia o que falar de tão envergonhada que estava, creio que também tu estavas. Lembrei de todas as vezes que nos olhávamos demoradamente nas aulas. Quantas tentativas frustradas de falarmos. Felizmente, ou talvez não, parece que tens irmãos emprenhados em ser cupido ou os tradicionais casamenteiros.
Caminhamos pela rua quase deserta, enquanto, conversávamos. A tua gargalhada nervosa deixava-me totalmente derretida. Sabia que não era boa ideia sair contigo. Sabia que não era rapariga para ti. Sabia que pertencíamos a mundos diferentes mas, gosto de ti e hoje estava disposta a tentar. Sempre era melhor do que ficar em casa a sonhar com este momento. Sonhar com o dia que teríamos o nosso primeiro encontro e dizias que mais nada nem ninguém te interessava, além de mim e me beijavas apaixonadamente mas nada disso iria acontecer. .
Chegamos à festa. Quando vi todas as pessoas tive a total certeza que não devia ter vindo. Eu odiava multidões e música alta. Sentia-me sempre a tremer e mal disposta. Só queria que me abraçasses e dissesses que estava tudo bem. Mas depois de uns minutos, podia jurar que estávamos totalmente sozinhos. Nem sequer via nada, além dos teus olhos verdes brilhantes. Não ouvia nada, além da tua voz. Nada mais importava à minha volta. Porque sinto um enorme vulcão de emoções prestes a explodir sempre que te aproximas de mim?
Numa fracção de segundos, vi tudo que tínhamos passado. Quando nos vimos pela primeira vez. Quando falamos a primeira vez. Quando nos cumprimentamos a primeira vez. Quando tínhamos conversas estúpidas. Como idealizei o nosso primeiro beijo. Ai, como queria que me beijasses neste momento. Em vez disso, abraçaste-me. O nosso primeiro abraço. Não era um beijo mas, há quem diga que é mais importante o abraço que o beijo. Não importava mais nada, sentia-me completamente feliz.
Saímos da festa e ficamos horas e horas a conversar na calçada, sobre tudo. Da escola. Da turma. Dos professores. De que faculdade queríamos ir no futuro. Que gostaríamos de fazer no futuro. Dos projectos. Dos sonhos. Conheci mais de ti nessa noite que nos últimos dois anos e meio. Quando acabou a noite, reconheço que estava errada nos julgamentos que te tinha feito e se calhar, te conhecia melhor que a mim mesma.
Levaste-me até à porta de minha casa. O nervosismo abateu-se sobre mim novamente. Só queria que se abrisse um buraco debaixo de mim. Qualquer lugar era melhor que este silêncio constrangedor. Qualquer lugar era melhor que os teus lábios carnudos tão perto de mim. Só queria beijar-te, mas sabia que se o fizesse nunca mais falarias comigo. Então decidi fugir.
Quando estava a entrar puxaste-me braço e disseste que nada nem ninguém te interessava além de mim. Aí, beijaste-me apaixonadamente, exactamente como tinha idealizado. Sorri enquanto dizias boa noite. Quando fechei a porta ainda não podia acreditar no que tinha acontecido. Esta sensação era tão.... mas tão boa que espero que nunca acabe. Corri até à janela do meu quarto e disfarçadamente te vi afastar cada vez mais, até te perder de vista.
Não sei o que o destino tem para nós. Não sei se vai sair alguma coisa daqui. Não sei se é mesmo realidade ou um sonho, mas espero que não seja a minha cabeça novamente a pregar-me uma partida. Se assim for, que me deixe sonhar até a eternidade...
Espero que tenham gostado da história.
Beijinhos
chocolatequentecomchantilly@hotmail.com
Bem-vinda!
Chocolate quente com chantilly foi criado para puder partilhar as minhas opiniões, dúvidas, dilemas e as mil e uma ideias que correm na minha cabeça. Também expressarei os meus conhecimentos sobre os assuntos que mais me despertam interesse e também servirá de desculpa para os puder aprofundar.
Falarei um pouco sobre tudo. Textos de opinião, moda, beleza, saúde, relacionamentos, séries, música, filmes, entre outros. Antes de mais quero deixar a promessa de esperança de num futuro próximo puder tratar de muitos mais temas.
Espero ainda que compreendas que não sou nenhuma profissional ou expert nos assuntos que tratarei, simplesmente, adoro pesquisar sobre os mesmos pois gosto muito de aprender sobre aquilo que me rodeia. Portanto, se houver algo que esteja incorrecto ou não concordes, comenta porque terei todo o gosto em ler e responder ou até corrigir se necessário.
Para finalizar, espero que te identifiques comigo.
Carpe diem!